O Futebol das C.T. no difícil INATEL
Texto extraído do VOL. II, de "DEGRAUS e MARCOS da VIDA"
Para
desanuviar a mente e limar o físico, aceitei participar na equipa de futebol de onze, das Construções Técnicas. A empresa estava inscrita, e ia participar, no
campeonato do INATEL do distrito de Lisboa (1975-1976) e, além da malta da Sede
e do Estaleiro Geral de Alverca, também contavam com gente da obra de Alhandra.
Eis
alguns nomes de quem me lembro:
Dirigentes:
Revés; Pedroso; Salvado
Treinador:
Mário
-
da Sede: Gerardo, Caldeirinha, Pires, Vítor Reis, Talidomida, Fernando (Pechincha)
e Olivério.
-
do Estaleiro: Vítor Ramos e Abreu.
- da obra de Alhandra: Rogério Feio, Caria Luís, Cartaxo[1],
Virgílio Ramos, Valada, Armindo, Mário, Vinagre e o “Aranha Negra”.
Aquele
cromo do “Aranha Negra” era o capataz Monteiro que, em certo jogo, insatisfeito
com o lugar de suplente que lhe fora atribuído, e após ter visto o Gerardo dar
um valente frango, desatou aos murros no banco, gritando:
―
Eh pá! O que é isso? Eu cortava já os tomat..s se alguma vez dava um
frango desses!
Atónito
perante tal cena, o seccionista Manuel Pedroso, que hoje – por impedimento do
Mário - acumulava com as funções de treinador, deu ordem de saída ao Gerardo e
fê-lo substituir pelo Monteiro. Em conclusão digo que, do resultado de 3-3,
passámos a 3-6 em pouco mais de vinte minutos. O guardião, de preto vestido e a
quem nesse dia – talvez pela semelhança do equipamento com o russo YASHINE -
os espetadores apelidaram de “Aranha Negra”, de cada vez que se lançava ao solo levantava uma
tal nuvem de poeira que ninguém mais via a bola, a não ser... no fundo das redes. É que o diabo do Monteiro tinha a promessa do treinador Mário de que seria ele o titular da baliza, pelo menos naquele jogo. Ora, devido a qualquer falha na transmissão de poderes, que ocorrera na véspera, entre o Mário e o Pedroso, toda a desorganização descambou em goleada. Foram "só seis", porque a hora já ia adiantada, senão, se aquele keeper tivesse jogado desde o início, ninguém duvidava que os nossos adversários, mesmo a passo, teriam chegado à vintena.
Era
um campeonato por séries, muito disputado. De tal modo assim era que, entre
doze equipas, não fomos além do quinto lugar, tendo ficando, desde logo,
arredados da lista dos dois apurados em cada série. Pelo menos deu para
conhecer (superficialmente) outras equipas e outras
gentes; algumas de mau porte, como eram os jogadores da Calçada dos Mestres, do Tenente Valdez e do
Sindicato do Estivadores que, para eles, desporto sem umas valentes murraças, não
era desporto nem era nada.
No
defeso, chegámos a deslocar a Vale da Pinta, onde jogámos contra a União, tendo
nós CT vencido por 3-1. Mas foi mais um jogo para convívio e justificar umas
sandes e uns copos, nada mais.
Texto extraído do VOL. II, de "DEGRAUS e MARCOS da VIDA"
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